Existe uma paranoia muito comum nas pessoas principalmente no mundo corporativo. Elas acreditam que precisam saber de tudo! Olha que loucura! Saber de tudo, como se isso fosse possível. O mais interessante é que esse processo começa ainda na infância quando os pais, com a melhor das intenções, dizem para os filhos que eles precisam tirar nota 10 em tudo, pois afinal só estudam. Quem disse? Eles também brincam, sonham e se divertem, caso contrário, não seriam crianças, mas sim executivos!
Muitas lideranças acreditam que precisam ser autossuficientes, conhecer tudo e todos. Os resultados são líderes que não comunicam, não envolvem, não compartilham suas ideias e não engajam. Engajar não está condicionado a programas de motivação, recompensa ou atém mesmo premiações. Isso tudo são como fogos que geram euforia, porém duram pouco.
Pessoas se engajam por propósitos. Tenho medo dessas lideranças que buscam a autossuficiências e não reconhecem que trabalhamos em equipe e que tudo que se desenvolve e cresce vem de pessoas para pessoas e não de metodologias ou conhecimentos isolados. Na verdade, eles têm sede de poder, prestígio, status e não de propósitos. Líderes autossuficientes são líderes que gerenciam em torno do seu ego e não do propósito.
Dificilmente tomam decisão para o bem comum. São ardilosos em suas decisões e acham que não precisam se comunicar com suas equipes e pares, acham que só precisam prestar conta para os seus superiores ou quem pode de alguma forma atendê-los em algum interesse. O perigo maior é que líderes são referências tanto para o bem quanto para o mal e acabam formando sucessores com o mesmo perfil, onde acreditam que em uma organização é cada um por si e as “trevas” por todos.
Não estão nem aí se faltam com respeito, ética ou conduta. Não são humanos, são seres com uma insegurança muito grande voltada para provar constantemente que sabem tudo e não precisam de ninguém. São como as crianças paranoicas com as provas, testes e a cobrança de seus pais, pois sabem que somente 100% será aceito. Quanto sofrimento. Não existe ninguém 100% em tudo.
Nascemos com dons e talentos e pontos para melhorar, para podermos aprimorar sempre, mas nunca sozinhos, sempre com a troca, com a conexão e propósitos. Precisamos de mais e não de menos.